FOLHA DE SÃO PAULO
09/03/2017
O Brasil colocou menos açúcar no mercado externo neste primeiro bimestre do ano, mas recebeu mais pelo produto
As exportações somaram 4 milhões de toneladas, inferiores aos 4,2 milhões de igual período de 2016.
As receitas, no entanto, subiram para US$ 1,75 bilhão, ante US$ 1,23 bilhão em igual período de 2016.
Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, que aponta Bangladesh como o principal mercado para o Brasil nesses dois primeiros meses do ano.
O país desbanca a China, que vinha liderando as compras do produto no Brasil.
De janeiro a fevereiro de 2016, os chineses haviam importado 376 mil toneladas do produto brasileiro. Esse volume recuou para 252 mil neste ano.
A Índia, um dos grandes produtores mundiais, mas que teve problemas com sua safra, também veio ao mercado brasileiro e levou 333 mil toneladas do produto de janeiro a fevereiro.
Após um período de superavit mundial, a oferta de açúcar fica abaixo da demanda. A Organização Internacional do Açúcar prevê um deficit de 5,9 milhões de toneladas no período de 2016/17.
Esse volume fica abaixo das perspectivas anteriores, quando a previsão indicava 6,2 milhões de toneladas, segundo a GO Associados.
O deficit mundial de açúcar poderá não ser tão intenso como se previa, mas os preços continuarão pressionados devido à redução dos estoques.
Para a GO Associados, o posicionamento das principais empresas do setor sucroenergético do Brasil será o de aumentar a produção de açúcar, sanear a saúde financeira das usinas e buscar um aumento de produtividade.