FOLHA UOL
05/01/2017
O Brasil terá chance de abocanhar uma parte maior nas exportações de carne fresca bovina para os Estados Unidos neste ano.
O grupo de países do qual o Brasil pertence completou apenas 76,5% da cota que tinha direito de exportações para os Estados Unidos no ano passado.
O Brasil não tem uma cota específica como Austrália, Argentina e Uruguai, mas está incluído em um grupo denominado «outros», onde estão listados vários países.
O volume liberado pelos Estados Unidos com taxas favoráveis de importação para esse grupo é de 64,8 mil toneladas. Desse volume, apenas 49,6 mil toneladas foram enviadas para o mercado norte-americano no ano passado.
As exportações podem superar o volume determinado pelas cotas, mas terão taxas mais elevadas na hora da entrada do produto em território dos Estados Unidos.
A Austrália, que tem uma cota de 378 mil toneladas, exportou 418 mil toneladas em 2015. No mesmo período, o Uruguai enviou 39 mil toneladas, apesar de ter uma cota de 20 mil toneladas.
A Argentina, com uma cota de 20 mil toneladas, há muitos anos não exporta para o mercado norte-americano. Os vizinhos esperam recomeçar as exportações de carne fresca para os Estados Unidos neste ano.
A notícia de que os países pertencentes ao grupo do Brasil não têm carne suficiente para completar a cota pode significar uma abertura maior do mercado dos EUA para os brasileiros.
O mercado norte-americano, porém, deverá ter um cenário diferente neste ano, em relação aos dos dois últimos.
Até 2013, os Estados Unidos tinham saldo positivo na balança comercial de carne bovina. A partir de 2014, sentiram os efeitos da redução do rebanho e da seca dos anos anteriores. O resultado foi uma escassez de carne.
A partir deste ano, a oferta interna de carnes melhorará. Os dados divulgados na semana passada pelo Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indicam que novembro foi um período recorde de produção.
O país somou 2,04 milhões de toneladas de carne vermelha, atingindo 20,9 milhões de janeiro a novembro, 4% mais do que em igual período anterior.
Se for acrescida a produção de carnes de aves, o volume produzido pelo país sobe para 40,4 milhões de toneladas nos 11 primeiros meses do ano passado, 3% mais do que em 2015.
A produção de carne de frango lidera de longe, atingindo 17,2 milhões de toneladas no período, 2% mais do que em igual período de 2015.
A produção de carne suína, que somou 1 milhão de toneladas em novembro, acumulou 10,3 milhões no ano. […]